Dançamos cada uma por si, 18 bailarinas ao som o piano que dona Tina tocava, quando chegara minha vez de fazer o solo, já não me aguentava de tanta ansiedade, não coloquei ponteira, não amarrei as fitas.. Dancei com os pés sangrando, e sentindo a minha unha 'ralar' na sapatilha amolecendo pra cair, mas eu não ligara, só queria dançar, pra provar que seria capaz.
Rachel então passou por mim e murmurou:
__ Dizem que a preferida de Ms. Dunne é a Cris, que nenhuma de nós temos chance Lindsay.
__ Mas como?
__ Elas têm um caso.
Fiquei atordoada quando esperávamos as outras meninas a se trocarem. Como pode Ms. Dunne.. ela era três anos mais velha que Cris, e todas as bailarinas de nossa academia eram apaixonadas por ela. Ela tinha pele branca, rosto sardento, e composto por uma bela simetria, um par de olhos azuis e cabelos sempre presos de modo que, a cor -vermelho- ficasse sempre em evidência. Ela tinha uma postura ereta, uma flexibilidade inalcançável, e uma postura digna. Ela tornou-se professora, depois de um acidente, fazendo com que sua carreira findasse assim. Mas era feliz e grata a todo instante por ter uma academia tão bela como essa.
Cheguei em casa, joguei a bolsa de lado. Tirei o sapato pra mergulhar meus pés machucados dentro de uma bacia com água morna. Um dia exaustivo, mas começava a nevar, e eu precisava de lenha pra lareira, coloquei o casaco calcei as botas, e fui. Havia neblina, estava atravessando a rua, quando um carro quase passou "em cima" de mim.
__ Babaca! não vê por onde anda?
__ Calma senhora, não era a minha intenção! contudo, você estava atravessando correndo.
Lindsay era orgulhosa que nem a mãe, que perdera num acidente assim ficando órfã, já que o pai nunca tinha aparecida em sua vida. Era solitária, exceto pelo ballet que a completava.
Continua.
domingo, 20 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Giselle.
Sob aquela poltrona de cor vermelha eu estava exausta de um ensaio, de fazer vários fouettés, e piruetas. -Ah, queria ser Giselle, queria ter o mais bonito papel, e dançar com Dadinov!- pensei. Mas eu tão fora de padrões estéticos, jamais conseguiria, a não ser que me cortasse toda e tirasse boa parte do meu corpo, ver aquelas meninas dançando com uma leveza de dar inveja, fazia com que meu estômago vibrasse de fome, mas eu certa de que nada me tiraria o papel de Giselle dormi, para que a fome passasse.
Acordei na manhã fria da Rússia, ao som de Vivaldi e fui ensaiar, sentia frio um frio incontrolável, contudo quando coloquei as sapatilhas já não mais o sentia, pensava "ensaie Lindsay ensaie! conseguirá o papel de Giselle". Assim fazia, dançava com toda a minha alma de bailarina crua, com toda a insegurança. Estava com 16 anos, uma idade que era fantástica pra toda bailarina, e a Rússia grande "exportadora" de bailarinas, tinha várias perfeitas.
"E vamos lá, 5,6,7 e 8 fouetté, grandjetté , PORT DE BRAS Lindsay !" -Gritava ms. Dunne. E eu fazia o que achava líbido, o que me era permitido, meu sonho teria um destino na manhã seguinte, o teste para as bailarinas principais começaria, e ms. Dunne acreditava que eu podia pegar sim o papel.
Primeira parte.
Acordei na manhã fria da Rússia, ao som de Vivaldi e fui ensaiar, sentia frio um frio incontrolável, contudo quando coloquei as sapatilhas já não mais o sentia, pensava "ensaie Lindsay ensaie! conseguirá o papel de Giselle". Assim fazia, dançava com toda a minha alma de bailarina crua, com toda a insegurança. Estava com 16 anos, uma idade que era fantástica pra toda bailarina, e a Rússia grande "exportadora" de bailarinas, tinha várias perfeitas.
"E vamos lá, 5,6,7 e 8 fouetté, grandjetté , PORT DE BRAS Lindsay !" -Gritava ms. Dunne. E eu fazia o que achava líbido, o que me era permitido, meu sonho teria um destino na manhã seguinte, o teste para as bailarinas principais começaria, e ms. Dunne acreditava que eu podia pegar sim o papel.
Primeira parte.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
My desire,
Meus caros, não sei como lhes dizer, somente há dor em minh’alma, cada passo é um fardo, muitos pedem a vida, e eu estou a ponto de tira-la. Tudo parece em paz, mas quando o vulcão entra em erupção, transborda lamentações e tristeza. No surprises.. já dizia a velha música tocando no rádio.. e eu estou intercalando as cores das listras do vestido da menina que está dançando no centro do palco enorme que têm na esquina de outubro. Folhas amarelas caem sobre a minha pele jogada nesse chão frio e sujo. Minha vida está pior. Ah! amanhã pode ser melhor, eu posso tentar voar como as borboletas do céu azul cristal, ou com as beija-flor que correm pelo quintal, com a certeza de que ninguém terá a mesma velocidade no voo, Amanhã.. seja melhor, não me frustre como o hoje como o sempre, como cada dia que eu respiro. Faça por favor o outono perdurar, e ficar sempre pra que eu possa ver folhas caindo assim com a minha vida desmorona, assim como a lava do vulcão está a sair de dentro dele. Peço-te somente que não me deixe parar de sentir o cheiro das belas rosas que podem conter no meu quintal. Me proteja do mal, da vida alheia, da palavra e da profecia. Salva-me de “mim”. Tire-me daqui, me abrace com força e me proteja. Preciso de calor de vida e fugacidade. De verdade, de saúde de flores,de outono. ADEUS, estou indo! as flores amarelas devem ser colhidas na noite, e eu tenho que pega-las para que eu possa re-acreditar, que meus olhos cor-de-mel, ainda podem ver.
Dia 26, mês 6
— Dia 26, mês 6.
É mais uma mês sem tua presença, sem você chegar as seis da tarde, sem te esperar no portão. Sem sentir teu cheiro, sem ter sua presença, sem conversar com você e sem você. Nossa estou com medo, tua voz não pode sumir da minha mente não pode pai! não me deixa esquecer do timbre da sua voz, dos teus passos, das tuas gírias do seu sorriso,dos teus olhos azuis.. Por favor pai, não me deixa esquecer de como tuas mãos eram, de como você roía as unhas todo o tempo. Papai, por favor! não me deixe sem lembranças tuas! eu preciso de algo pra viver, nem que seja um bilhete teu que eu encontre no quarto -antigamente ele me escrevia um sempre- escrito “Papai deixou dinheiro pra tu comprar lanche e doce, eu volto as seis, e não se esquece de escovar os dentes”.
Como pude.
Você me ouve? escuta minha voz? ah por favor diga que não se foi ainda! Se arrependimento matasse não deixava=te ter ido! por favor amor meu volta! que saudade do teu beijo, da tua pele morena na minha, do teu cheiro amadeirado, dos seus cabelos encaracolados e cheirando a gel.Ah! volta, quero arranhar-te outra vez, sorrir ao teu lado e mesmo não gostando participar dos teus campeonatos de vídeo game. Só pra estar, te ver te abraçar e reafirmar o quanto eu te amo! tu me cuida, tu me ouve, tu me ama! como eu não pude perceber? como eu não pude te querer? Ah depois duma noite como está quero estar em teus braços esquentando-me, quero estar com você a cada segundo acada vez que eu sentir-me bem ou mal.. a cada vez que você respirar quero estar com você. Obrigada por me esquentar, por me abraçar, por beijar minha testa e me deixar segura.
pois é
[...] Pai lembra de quando você me disse pra nunca esquece-lo?
[...]Pois é, estou com medo, andei te esquecendo por um tempo, e tenho medo de assim ficares. Por favor aqueça meu coração, não deixe que o mesmo corroa. Que ele esfrie, que eu me mate por dentro e insista por me machucar por fora. Me deixa sorrir, me deixa amar, e não me deixa te esquecer.
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