quarta-feira, 19 de setembro de 2012

22:44



O telefone toca e ninguém atende; a vida que passa, o vento que leva, o sol que adormece e a lua que clareia. E eu estagnada esperando a vida passar os dias nada harmoniosos mudarem; ah! pudera eu sentir o doce das flores com o amor embebido, sentir arrepios e vergões, querer algo que nunca almejo. Queria mudar comer o doce antes do sal, descer ao invés de subir. Vomitar ao invés de comer. Chorar ao invés de sorrir. Queria ter fé e levantar essa espada, mas eu, não acredito em mais nada. Não quero, não posso. A dor agora é como tatuagem gravada em minha’alma, a minha vida nunca será como nos contos de fadas. Não sei mais sonhar, só queria o contrário, ‘meias’ palavras, frases nunca me fizeram bem. Não a luta que eu possa vencer só o pesar de uma noite serena uma lua sorrindo um banho pra tomar um café pra beber e uma vida.. ah! a minha vida deixa pra lá.


Eu sempre carrego comigo um bloquinho de notas e uma caneta. Para que naquelas tardes cinzas eu consiga escrever alguma coisa velejando pelas ruas do velho moinho. Meus pés as vezes se cansam de tanto andar, até que eu eu ache uma arvore e possa repousar para preencher aquele bloquinho. E ler também, com algumas músicas boas um vento ao sul bagunçando meus cabelos. É tão clichê escrever sobre a primavera, mas já são tantas que passei; não posso deixar de observar os brotos abrindo, as flores brilhando e os pássaros alvoraçados. Porque não há coisa mais bela que a natureza; Um português bem lido; umas músicas bem ouvidas. Uma vida.

under.



O mar tem ondas ilustres que nem mesmo o mais lindo abutre pode velar.
As rodas do patins são tão rápidas que o incenso do carro nem mesmo queima enquanto elas andam.
O céu é tão azul, que seus olhos perto dele são como diamantes numa mina.
As tulipas rosadas parecem com teu vestido rodado a me fitar.
Quando você rodopia na ponta é como se tudo a sua volta parasse pra você rodopiar.
Gosto do teu cabelo ao vento, das suas mãos cheia de tormento e tua voz no meu ouvido.
Palavras são como pinturas abstratas, técnica do pontilhado, Picasso e da Vinci.
É tão fácil formar frases sem sentido algum pra quem lê, mas quem escreve transborda-a pelas veias até que o cérebro ajude a digita-las num teclado antigo. Frases têm sentimentos. Assim como robôs.
Bolos de chocolate com granulados são como petiscos para que os nossos poros entupam.
O sapo outro dia casou com a rã e tiveram muitos filhos girinos, até que veio uma tartaruga e os comeram.
A chuva do inverno cai junto com as lágrimas do meu rosto por não te ter aqui do lado, por não sentir tua ele e beijar-te o pescoço.
Acho que tenho que dormir pois já não dedilho nada com sentido -para leigos- já não suporto essa mesmice essa falta de caráter.  

Deve ser a minha vida frenética ligada no 220. 

Bom marujos estou a desembarcar que a viajem seja tranquila e que seus pensamentos  velejem em águas tão brandas como o meu.

Há muito tempo ando mau; é algo que doí minha mente de tanto pensar. Essa vida de gente grande me assusta a cada segundo. Tenho medo, não consigo caminhar sozinha. É como se eu estivesse tendo que aprender a andar novamente. Tá doendo muito essa falta de alguém, que nem mesmo eu sei o que é.. só queria um abraço daqueles apertadinhos, de ficar minutos ali encolhida, quente, miúda.. queria pessoas que me ouvissem, mesmo que não entendessem nada de minhas lamúrias. Alguém pra tomar café, contar lorotas sonhos, planos e voar. Amigo talvez, amor quem sabe.. somente alguém que seja capaz de ouvir as batidas ritmadas da minha mente em junção com meu coração.  Queria conversas delongas músicas tocando.. como num filme, mas um filme que realmente possa acontecer. Porque me sinto só. E a solidão corroí deveras minha’alma.

Ser só

Eu aprendi, que nem sempre ser só é bom. Que doí sentir falta de alguém que era tão próximo e hoje está distante. Aprendi, que amigos são aqueles que estão do teu lado, até nos seus piores momentos, incluindo aqueles que podem ser desastrosos. Que pessoas são egoístas e só buscam as outras pessoas para alcançar a SUA felicidade, não se importando pro alheio.  Falta amor, pessoas, carinho, vida, paz. Morro cada dia um pouco só de pensar que o meu fim será ser só, não tenho jeito, não levo ninguém comigo. Ninguém aceitaria. Tornei-me fria, como o freezer de necrotério. Não me importo, apesar de querer que algo seja diferente dessa mesmice que ronda-me. Ninguém mais aceita colocar-me no colo e ouvir minhas lamúrias, e é por isso, que minhas lágrimas escorrem ao escrever isso. Pudera eu mudar o meu destino…:ser só.

Carolina

Carolina é uma mulher esperta, caminha sobre a estrada de tijolos vermelhos e sonha em casar e ter filhos. Mal sabe ela que a vida cada dia piora; um dia ela pode nem ao menos acordar pra ver o nascer do sol e o orvalho das flores no quintal de casa. Talvez ela nem chegue no ano que vem; ela têm medo de perder, medo de se perder.. envolve os cabelos enormes e louros em teu corpo miúdo e cheio de esperanças de que a vida pare pra ela viver. Adora suco de laranja bem doce! porque de azeda já basta a vida e algumas pessoas que estão nela. Carolina, tem sorriso fascinante, voz estonteante e felicidade guardada junto com seus sorrisos frustrados pela hegemonia do tempo. Ela ouve Chico Buarque e sonha em ter um amor como os que ele canta em algumas melodias. Pobre Carolina, acredita que a vida ainda tem uma luz, uma saída uma vertigem. Ela crê que ainda pode morrer de amor, caminhar cantando e amar incondicionalmente.. pobrezinha.. mal sabe que o amor é uma falácia. Ela nunca sentirá vertigem, esse trecho: "Mania boba é essa da gente de gostar de alguém, alguém que nos faz um pouquinho feliz quando vem.." nunca fará sentido.. Ela ainda continuará rodando na cama vazia, e ouvindo vinis antigos pra espantar a velhice que chega a cada dia de madrugada; e Carolina agora é embalsamada com as cobertas de seu quarto, porque o frio da Alma dela tá ficando tão grande que ela já nem sabe qual é o gosto de um abraço. Ela está indo. Quem sabe voltará.