segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Confuso, porém..

Foi a última vez que eu despedir-me de minha amiga. Mal soubera que aquele seria o último adeus retorcido. Eu deitei na cama e acordei com o telefone as quatro da manhã. Brava por ter acordado-me respondi muito mal á ela. Ela havia brigado com alguém e precisava conversar, só conversar. Mas eu ocupada com o sono com meus problemas medíocres não pude escuta-la. Dormi. Ela não acordou. Minha mãe logo veio dizendo-me “calma, calma” esfreguei os olhos, sem entender perguntei o que tivera sido. Ela contou. Eu duvidei, tentei ligar tentei escultar aquela voz outra vez, e não poderia mais, muito teríamos que viver, muito teríamos que estar, que abraçar, sentir. Mas não. Eu neguei umas palavras e ela se matou enforcada sua casa. Eu a perdi. A minha melhor amiga morreu. Acabou ali nossos planos, desejos, anseios, por pura mediocridade de minha parte, por não querer falar, por sono, por burrice. Ela e eu repetíamos deveras vezes ” por você faria mil vezes”, e eu não cumpri. Não sei o que fazer.. não sei aonde estar, não sei mais como respirar. Tudo que eu queria era dormir outra vez e ouvir a velha voz dela dizendo: ” eu te amo”.

Só mais um dia

É só mais um dia triste, sem sal, sem vida, só acordar, comer e posar na frente do computador. Ler umas folhas, ver filmes, qualquer coisa, só para passar o tempo. Barulhos não incomodam, até os pijamas fazem parte do dia. Músicas como the end of the world e how to fight loneliness embalam-na para que adormeça. Esse pode ser o último dia. O dia que você deixou de acariciar, de dizer adeus, de dizer eu te amo. O último para dizer que precisa incondicionalmente de alguém, e que seria falta dela se ela partisse. Mas não. Prefere ficar acomodada, no “amanhã é um novo dia” e não muda nada. Mas quer mudar. Mas não quer começar. Nem ao menos tentar. Diz um até logo, como se o mesmo fizesse-a voltar no dia seguinte. Se sente morta com todo aquele tédio, pessimismo, náuseas as mesmices da vida e ao seu caminho linear. Ela está abarrotada de desejos que não consegue dominar, não tem dons mas tem vontades, elas que se esvaem nos longos e dolorosos pensamentos. Fugir?! cômodo demais. Ficar?! machucar-se demais. Ficar no meio?! isso sim. É prazeroso ver as pessoas sofrerem e se arrastar sobre os pés, vê-las dependentes do seu oi. Depois deixa-las miúdas indefesas, sem proteção, arranjando outras pessoas para atribuir o amor que detinha a outra pessoa. Usa desculpas esfarrapadas. É até doentia. Muda,muda,muda e para na velha estrada  que tanto corre de si. Usa de artimanhas. Torna as pessoas tão dependentes da sua presença, e depois foge por não poder corresponder as expectativas. Tanto as dela, quanto as de outras pessoas. Ela resume-se sempre, aquele velho cubículo que chama de quarto, com seus livros deveras empoeirados. Fria, suja, sem vida, opaca, híbrida. Esquarteja corações, cospe emoções e destrói vidas por onde passa. Ela resume-se a dúvida. Mas hoje pode ser  o último dia, para ela dizer o quanto ama, o quanto padece sem você, o quanto precisa de você. Afinal, mesmo fria, ela sente, mesmo triste ela quer ser feliz, mesmo cansada ela quer fortaleza. Mas ela não aprende com os erros. Ela sempre os comete de novo. Nunca cresce, sempre estagna no mesmo lugar. Na sua sala, mudando repetidas vezes de canal.. com seu pijama listrado..com sua voz delinquente…com seus gatos, ratos, cachorros e peixes imaginários.. com sua tristeza colocada num pote…sem dizer um adeus…sem dizer um “preciso de você”..sem se arrepender… dormi. Acabou. Por hoje.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Covil

Queria ficar, a noite fria escondia minha vida com a chuva, tudo jogado, misturado e afugentado. Talvez eu seja o emaranhado de sentimentos alheios, ou de seus restos. Corvos, gralhas, rodeiam-me a face e o corpo, são como amigos cuidando  para que eu chegue bem. Para que eu seja imune as dores do mundo, devo esquecer que existo. Eu não preciso de nada, nem mesmo de carinho, sobrevivo somente com essa brisa fria que me enrubesce entrando pela janela. Minha pele fica rígida, como se alguém estivesse tocando-a, sinto um cheiro no ar que parece o teu perfume.. mas não, era somente o orvalho da manhã nas árvores ao meu redor. Estou  precisando sentir algo, mas antes quero sentir-me aqui, e composta por pessoas. Não quero me despedaçar, fugir, sentir frio. Quero calor, fervor, vida, paz. Vou embora dessa guarida, que me prendem até o fim, que sufocam-me. Que estão a me enclausurar. Adeus! o chale está apitando, meu café já está esfriando. E eu vou sentar-me a luz de velas, para toma-lo com meu ego, e esquecer tudo que quero.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Mine

As vezes me da muita vontade de escrever pra você, mesmo que você nunca leia. Mesmo que você só ache que é mais um texto com as mesmas palavras repetitivas, mesmo que não acrescente ou mude algo, mesmo que não faça nada de importância em tua vida. Eu estava analisando, como a gente esperava pelo nosso encontro, por nos abraçarmos, por sentirmos aquela sensação de felicidade que sentimos nos cinco dias que estivemos juntas. Foi doloroso entrar naquele ônibus, te deixar no ponto, e voltar para aquele aeroporto, que eu tanto esperei chegar para ver você. Foi triste percorrer todo aquele saguão que eu rodei pra esperar você me buscar. Quando você estava me procurando por segundos eu pensei: ela existe é mesmo a ná, ela é de verdade, é linda é a minha melhor amiga. E com toda a emoção,nervosismo, medo, receio.. gritei: Ná! e você olhou, ah você olhou! você olhou pra mim arregalou teus olhos e me abraçou, e eu nunca mais queria sair daquele abraço; entrei no carro, mesmo ainda não acreditando estar ali, com você. Senti teu cheiro de talco, te abracei por muito tempo. Sua mamãe me acolheu sem mesmo me conhecer. Você me acolheu tão bem na sua casa, me tratou como ninguém nunca havia me tratado, eu senti como se eu já estivesse em casa, (ou voltado pra casa!) como se eu já tivesse tanta intimidade que eu nem precisava pedir nada. Fui dormir naquela noite do teu lado! do lado da minha melhor amiga! do lado da pessoa mais importante do mundo pra mim! do lado da minha...ná!! quando acordei no outro dia, olhei para os lados vi minha mala, o guarda roupa e olhei pro lado.. e adivinha você, com tua carinha amassada de sono e teu cheirinho de talco estavam do meu lao. E iriamos passar um dia todo TODO juntas. Como a gente havia planejado, na verdade foi muito mais do que havíamos planejado. Todos os dias, eu ia dormir e pensava no dia de ir embora, mesmo que por alguns segundos. No sábado eu escrevi uma "carta"  ao vivo pra você. Chorei de saudade e vontade de ficar pra sempre, por que eu senti que tínhamos que ficar sempre juntas. E quando a gente começou a chorar e a nos abraçar tão forte eu senti que eu estava falecendo, morrendo um pouco ali, mesmo que estivesse limpando tuas lágrimas pra não cair. Ná.. você, você estava ali chorando no meu abraço já de saudade. No domingo eu fiquei muito tempo antes de começar a prova, pensando que depois daquilo eu iria embora e te deixaria aqui, mas consegui fazê-la, consegui. Quando eu sai no domingo, indo ver a Talita, eu pensava "poxa vou vê-la rápido, pra ficar tempo com a ná", foi o que fiz, mas depois cabeça oca como sou vi aquela menina ( que não quero nem pronunciar o nome ), e quando estava voltando me perdi. Me perdi, mas cheguei. Mesmo deixando sua mãe preocupada, você também, eu me senti mal. Me senti mal, por ter deixado-a preocupada com você. E, peço desculpas.. por que eu sou assim, meia dona de mim, e esqueço por hora que as pessoas ( no caso vocês) estavam "cuidando" de mim por esses dias, e eu devia muita, mas muita coisa pra vocês. Enfim, o dia de domingo acabou naquela cama, abracei tua mãe e fui dormir. Dormir.. bem não foi dormir, foi te abraçar muito forte e chorar no teu ombro a tristeza de ir embora. Chorei, abracei, limpei as lágrimas peguei na mão.  E adormeci. Ná, aquela foi a pior noite da minha vida, mesmo você me dizendo que ia passar, que eu vou te ver daqui uns dias. Mas mesmo assim ná.. doeu te ver afastar-se de mim naquela segunda-feira; Passei todo um dia '26' com você, ri, abracei e estive muito bem, nem mesmo me lembrei do que me entristece. Ná, depois que cheguei aqui, na verdade até hoje não me acostumei a ficar sem você. Por isso, meus ciúmes aumentaram, minha fúria também, por você sair com teus outros amigos, por você me deixar aqui e eu me sentindo impotente, não posso fazer nada, não posso ir, não posso fazer minha cara de brava pra que você veja, não posso nada, por que.. a mesma distancia que nos mostrou o abraço uma da outra é o mesmo que nos separa agora. Eu tenho medo de te perder, de você me esquecer, de pensar " eu já a vi não preciso dela mais", eu tenho medo de que você se vá, de que você me ache chata de mais a ponto de se incomodar com meus ciúmes e eu.. te perder por ser assim, tão egoísta, tão mal criada, a ponto de não saber dividir você com todas as outras pessoas, que também, gostam de você.  Eu tenho medo de te perder. Tenho muito medo. Você sabe disso. Você sabe de tudo á meu respeito, meus mais íntimos segredos, meus anseios, planos, sonhos, tudo! você sabe de tudo a meu respeito, poderia até me matar se um dia resolvesse contar uma só coisa a meu respeito. Ná eu te amo muito, e ser dependente as vezes é tão doloroso. Mas não doloroso de ruim, é de não saber dividir você com  ninguém, e isso pode te sufocar e fazer com que você me deixe pra sempre, eu não suportaria ná. Eu quero tua amizade pra sempre. or favor não me deixe, quero sempre estar com você e te abraçar. Eu te amo ná, muito.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Olá minha bela borboleta, lembra-se de mim? prometíamos ir visitar uma a outra sempre, as vezes a gente se perdia, mas logo recuperávamos a consciência e estávamos juntas. Ah quão bela você é! eu sei não estou sozinha, eu sei que você sempre estará aqui comigo. Mesmo que você não esteja agora pra me abraçar; canso de correr de mim, correr querer mudar e você subir até aqui pra me levar de volta. Dói não acordar bem cedinho e não ver você, foram cinco dias só, como me explique como você pode esquecer toda a tristeza do mundo em CINCO dias, maravilhosos, com amor cuidado e carinho. Eu não suportaria mais viver um dia sem você, um dia se quer, sem você. Você é como minha mãe, meu pai, minha irmã toda a minha família numa pessoa só. Eu sinto que você é a irmã que eu sempre pedi pra ter de verdade. Eu nunca chorei de tanta saudade assim, só pelo meu pai. Doeu lá no fundo entrar naquele ônibus, naquela manhã fria e triste de segunda, e deixar-te lá.. no ponto avistando-me. Doeu ter que ir embora e deixar os mais belos olhos, a mais bela face e os mais belos sorrisos com você. Sinto-me satisfeita de ter ficado com você todo esse tempinho, mas.. a saudade de ter visto e querer pra sempre é mais torturadora que a saudade de nunca ter visto.. é mais dolorida, faz mais marcas e a gente fica entorpecida.  Eu sinto que eu preciso ficar ai pra sempre, por que você faz o papel de todos que u m dia passaram na minha vida, é tudo bom, é tudo lindo ao teu lado. Não vou conseguir comer sem lembrar de você, não vou conseguir sentir o cheiro daquele meu creme, e não lembrar de você, não vou conseguir tirar aquela camisa que você usou que está com seu cheirinho. Ah irmã! eu jamais conseguiria viver sem você!! Como pude tornar-me dependente assim? a saudade doí o peito se abre, a tristeza oprime, a dor deságua… Eu preciso de você pra sempre entendeu?! Assim como meu caro na Canção da America se diz: “Amigo é coisa para se guardar, debaixo de sete chaves dentro do coração.. Mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir.. Mas quem ficou, no pensamento voou com seu canto que o outro lembrou, e  quem voou, no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou.. Mesmo que o tempo e a distância digam “não”, mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração pois seja o que vier, venha o que vier.. Qualquer dia, amigo, eu volto a  te encontrar.. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.” E eu vou voltar, para ficar sempre do seu lado MINHA melhor amiga-irmã-vida-anjo, e tudo de mais maravilhoso que eu já pude ter.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Parabéns pra minha Ray!

Minha menina Ray. Teu aniversário hoje e faz tão pouco tempo que eu te conheço, e sei que aniversário a gente fica com esperanças de ouvir algo novo além de votos de felicidade, paz saúde.. Mas saiba que este pode ser o primeiro aniversário que eu "passo" contigo. Sim, tornamo-nos amigas, você me ouve tanto e o que ainda quero fazer é te abraçar e a gente tomar sorvete ( shuahsauishaui ), por que você parece que gosta de um :3. Enfim, Nunca sai da minha vida, somos gêmeas agora e temos a mesma idade haha mesmo que você ainda tenha que me obedecer porque sou mais velha. Ray, desejo-te que cada pedaço de sonho, que cada vontade tua seja realizada e que tu cresça muito na vida, com esse teu sorriso bonito, com sua perseverança, e o acreditar. é difícil pensar que alguém seja tão otimista, mesmo que as vezes passe por algo que não seja de nenhum otimismo. Eu amo você e você é minha amiga, por favor não desiste de mim, tão pessimista e chata assim. Te amo, feliz aniversário e que seja o primeiro de muitos que 'estarei' contigo.
Ps.: Você tem uma voz tão bonita e calma, espero sempre falar contigo. Obrigada por já ter passado por muitas coisas comigo, por ter me ouvido e aconselhado, eu sou eternamente grata por ti. Ainda bem que você apareceu! s2
Te amo muito. ♥

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Cartomante

 Machado de Assis

Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de Novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.


— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade...

— Errou! Interrompeu Camilo, rindo.

— Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria...

Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e depois...

— Qual saber! tive muita cautela, ao entrar na casa.

— Onde é a casa?

— Aqui perto, na rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca.

Camilo riu outra vez:

— Tu crês deveras nessas coisas? perguntou-lhe.

Foi então que ela, sem saber que traduzia Hamlet em vulgar, disse-lhe que havia muito cousa misteriosa e verdadeira neste mundo. Se ele não acreditava, paciência; mas o certo é que a cartomante adivinhara tudo. Que mais? A prova é que ela agora estava tranqüila e satisfeita.

Cuido que ele ia falar, mas reprimiu-se, Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava a incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando.

Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só o estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela rua das Mangueiras, na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda velha, olhando de passagem para a casa da cartomante.

Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. Camilo arranjou-lhe casa para os lados de Botafogo, e foi a bordo recebê-lo.

— É o senhor? exclamou Rita, estendendo-lhe a mão. Não imagina como meu marido é seu amigo; falava sempre do senhor.

Camilo e Vilela olharam-se com ternura. Eram amigos deveras. Depois, Camilo confessou de si para si que a mulher do Vilela não desmentia as cartas do marido. Realmente, era graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa. Era um pouco mais velha que ambos: contava trinta anos, Vilela vinte e nove e Camilo vente e seis. Entretanto, o porte grave de Vilela fazia-o parecer mais velho que a mulher, enquanto Camilo era um ingênuo na vida moral e prática. Faltava-lhe tanto a ação do tempo, como os óculos de cristal, que a natureza põe no berço de alguns para adiantar os anos. Nem experiência, nem intuição.

Uniram-se os três. Convivência trouxe intimidade. Pouco depois morreu a mãe de Camilo, e nesse desastre, que o foi, os dois mostraram-se grandes amigos dele. Vilela cuidou do enterro, dos sufrágios e do inventário; Rita tratou especialmente do coração, e ninguém o faria melhor.

Como daí chegaram ao amor, não o soube ele nunca. A verdade é que gostava de passar as horas ao lado dela; era a sua enfermeira moral, quase uma irmã, mas principalmente era mulher e bonita. Odor di femina: eis o que ele aspirava nela, e em volta dela, para incorporá-lo em si próprio. Liam os mesmos livros, iam juntos a teatros e passeios. Camilo ensinou-lhe as damas e o xadrez e jogavam às noites; — ela mal, — ele, para lhe ser agradável, pouco menos mal. Até aí as cousas. Agora a ação da pessoa, os olhos teimosos de Rita, que procuravam muita vez os dele, que os consultavam antes de o fazer ao marido, as mãos frias, as atitudes insólitas. Um dia, fazendo ele anos, recebeu de Vilela uma rica bengala de presente, e de Rita apenas um cartão com um vulgar cumprimento a lápis, e foi então que ele pôde ler no próprio coração; não conseguia arrancar os olhos do bilhetinho. Palavras vulgares; mas há vulgaridades sublimes, ou, pelo menos, deleitosas. A velha caleça de praça, em que pela primeira vez passeaste com a mulher amada, fechadinhos ambos, vale o carro de Apolo. Assim é o homem, assim são as cousas que o cercam.

Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos! Não tardou que o sapato se acomodasse ao pé, e aí foram ambos, estrada fora, braços dados, pisando folgadamente por cima de ervas e pedregulhos, sem padecer nada mais que algumas saudades, quando estavam ausentes um do outro. A confiança e estima de Vilela continuavam a ser as mesmas.

Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta anônima, que lhe chamava imoral e pérfido, e dizia que a aventura era sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, começou a rarear as visitas à casa de Vilela. Este notou-lhe as ausências. Camilo respondeu que o motivo era uma paixão frívola de rapaz. Candura gerou astúcia. As ausências prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse também nisso um pouco de amor-próprio, uma intenção de diminuir os obséquios do marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato.

Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu à cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que a cartomante restituiu-lhe a confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez. Correram ainda algumas semanas. Camilo recebeu mais duas ou três cartas anônimas, tão apaixonadas, que não podiam ser advertência da virtude, mas despeito de algum pretendente; tal foi a opinião de Rita, que, por outras palavras mal compostas, formulou este pensamento: — a virtude é preguiçosa e avara, não gasta tempo nem papel; só o interesse é ativo e pródigo.

Nem por isso Camilo ficou mais sossegado; temia que o anônimo fosse ter com Vilela, e a catástrofe viria então sem remédio. Rita concordou que era possível.

— Bem, disse ela; eu levo os sobrescritos para comparar a letra com a das cartas que lá aparecerem; se alguma for igual, guardo-a e rasgo-a...

Nenhuma apareceu; mas daí a algum tempo Vilela começou a mostrar-se sombrio, falando pouco, como desconfiado. Rita deu-se pressa em dizê-lo ao outro, e sobre isso deliberaram. A opinião dela é que Camilo devia tornar à casa deles, tatear o marido, e pode ser até que lhe ouvisse a confidência de algum negócio particular. Camilo divergia; aparecer depois de tantos meses era confirmar a suspeita ou denúncia. Mais valia acautelarem-se, sacrificando-se por algumas semanas. Combinaram os meios de se corresponderem, em caso de necessidade, e separaram-se com lágrimas.

No dia seguinte, estando na repartição, recebeu Camilo este bilhete de Vilela: "Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora." Era mais de meio-dia. Camilo saiu logo; na rua, advertiu que teria sido mais natural chamá-lo ao escritório; por que em casa? Tudo indicava matéria especial, e a letra, fosse realidade ou ilusão, afigurou-se-lhe trêmula. Ele combinou todas essas cousas com a notícia da véspera.

— Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora, — repetia ele com os olhos no papel.

Imaginariamente, viu a ponta da orelha de um drama, Rita subjugada e lacrimosa, Vilela indignado, pegando na pena e escrevendo o bilhete, certo de que ele acudiria, e esperando-o para matá-lo. Camilo estremeceu, tinha medo: depois sorriu amarelo, e em todo caso repugnava-lhe a idéia de recuar, e foi andando. De caminho, lembrou-se de ir a casa; podia achar algum recado de Rita, que lhe explicasse tudo. Não achou nada, nem ninguém. Voltou à rua, e a idéia de estarem descobertos parecia-lhe cada vez mais verossímil; era natural uma denúncia anônima, até da própria pessoa que o ameaçara antes; podia ser que Vilela conhecesse agora tudo. A mesma suspensão das suas visitas, sem motivo aparente, apenas com um pretexto fútil, viria confirmar o resto.

Camilo ia andando inquieto e nervoso. Não relia o bilhete, mas as palavras estavam decoradas, diante dos olhos, fixas; ou então, — o que era ainda peior, — eram-lhe murmuradas ao ouvido, com a própria voz de Vilela. "Vem já, já à nossa casa; preciso falar-te sem demora." Ditas, assim, pela voz do outro, tinham um tom de mistério e ameaça. Vem, já, já, para quê? Era perto de uma hora da tarde. A comoção crescia de minuto a minuto. Tanto imaginou o que se iria passar, que chegou a crê-lo e vê-lo. Positivamente, tinha medo. Entrou a cogitar em ir armado, considerando que, se nada houvesse, nada perdia, e a precaução era útil. Logo depois rejeitava a idéa, vexado de si mesmo, e seguia, picando o passo, na direção do largo da Carioca, para entrar num tílburi. Chegou, entrou e mandou seguir a trote largo.

— Quanto antes, melhor, pensou ele; não posso estar assim...

Mas o mesmo trote do cavalo veio agravar-lhe a comoção. O tempo voava, e ele não tardaria a entestar com o perigo. Quase no fim da rua da Guarda Velha, o tílburi teve de parar; a rua estava atravancada com uma carroça, que caíra. Camilo, em si mesmo, estimou o obstáculo, e esperou. No fim de cinco minutos, reparou que ao lado, à esquerda, ao pé do tílburi, ficava a casa da cartomante, a quem Rita consultara uma vez, e nunca ele desejou tanto crer na lição das cartas. Olhou, viu as janelas fechadas, quando todas as outras estavam abertas e pejadas de curiosos do incidente da rua. Dir-se-ia a morada do indiferente Destino.

Camilo reclinou-se no tílburi, para não ver nada. A agitação dele era grande, extraordinária, e do fundo das camadas morais emergiam alguns fantasmas de outro tempo, as velhas crenças, as superstições antigas. O cocheiro propôs-lhe voltar a primeira travessa, e ir por outro caminho; ele respondeu que não, que esperasse. E inclinava-se para fitar a casa... Depois fez um gesto incrédulo: era a idéia de ouvir a cartomante, que lhe passava ao longe, muito longe, com vastas asas cinzentas; desapareceu, reapareceu, e tornou a esvair-se no cérebro; mas daí a pouco moveu outra vez as asas, mais perto, fazendo uns giros concêntricos... Na rua, gritavam os homens, safando a carroça:

— Anda! agora! empurra! vá! vá!

Daí a pouco estaria removido o obstáculo. Camilo fechava os olhos, pensava em outras cousas; mas a voz do marido sussurrava-lhe às orelhas as palavras da carta: "Vem já, já..." E ele via as contorções do drama e tremia. A casa olhava para ele. As pernas queriam descer e entrar... Camilo achou-se diante de um longo véu opaco... pensou rapidamente no inexplicável de tantas cousas. A voz da mãe repetia-lhe uma porção de casos extraordinários; e a mesma frase do príncipe de Dinamarca reboava-lhe dentro: "Há mais cousas no céu e na terra do que sonha a filosofia..." Que perdia ele, se...?

Deu por si na calçada, ao pé da porta; disse ao cocheiro que esperasse, e rápido enfiou pelo corredor, e subiu a escada. A luz era pouca, os degraus comidos dos pés, o corrimão pegajoso; mas ele não viu nem sentiu nada. Trepou e bateu. Não aparecendo ninguém, teve idéia de descer; mas era tarde, a curiosidade fustigava-lhe o sangue, as fontes latejavam-lhe; ele tornou a bater uma, duas, três pancadas. Veio uma mulher; era a cartomante. Camilo disse que ia consultá-la, ela fê-lo entrar. Dali subiram ao sótão, por uma escada ainda pior que a primeira e mais escura. Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela, que dava para os telhados do fundo. Velhos trastes, paredes sombrias, um ar de pobreza, que antes aumentava do que destruía o prestígio.

A cartomante fê-lo sentar diante da mesa, e sentou-se do lado oposto, com as costas para a janela, de maneira que a pouca luz de fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu uma gaveta e tirou um baralho de cartas compridas e enxovalhadas. Enquanto as baralhava, rapidamente, olhava para ele, não de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos. Voltou três cartas sobre a mesa, e disse-lhe:

— Vejamos primeiro o que é que o traz aqui. O senhor tem um grande susto...

Camilo, maravilhado, fez um gesto afirmativo.

— E quer saber, continuou ela, se lhe acontecerá alguma coisa ou não...

— A mim e a ela, explicou vivamente ele.

A cartomante não sorriu; disse-lhe só que esperasse. Rápido pegou outra vez as cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos, de unhas descuradas; baralhou-as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes; depois começou a estendê-las. Camilo tinha os olhos nela, curioso e ansioso.

— As cartas dizem-me...

Camilo inclinou-se para beber uma a uma as palavras. Então ela declarou-lhe que não tivesse medo de nada. Nada aconteceria nem a um nem a outro; ele, o terceiro, ignorava tudo. Não obstante, era indispensável mais cautela; ferviam invejas e despeitos. Falou-lhe do amor que os ligava, da beleza de Rita... Camilo estava deslumbrado. A cartomante acabou, recolheu as cartas e fechou-as na gaveta.

— A senhora restituiu-me a paz ao espírito, disse ele estendendo a mão por cima da mesa e apertando a da cartomante.

Esta levantou-se, rindo.

— Vá, disse ela; vá, ragazzo innamorato...

E de pé, com o dedo indicador, tocou-lhe na testa. Camilo estremeceu, como se fosse mão da própria sibila, e levantou-se também. A cartomante foi à cômoda, sobre a qual estava um prato com passas, tirou um cacho destas, começou a despencá-las e comê-las, mostrando duas fileiras de dentes que desmentiam as unhas. Nessa mesma ação comum, a mulher tinha um ar particular. Camilo, ansioso por sair, não sabia como pagasse; ignorava o preço.

— Passas custam dinheiro, disse ele afinal, tirando a carteira. Quantas quer mandar buscar?

— Pergunte ao seu coração, respondeu ela.

Camilo tirou uma nota de dez mil-réis, e deu-lha. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era dois mil-réis.

— Vejo bem que o senhor gosta muito dela... E faz bem; ela gosta muito do senhor. Vá, vá tranqüilo. Olhe a escada, é escura; ponha o chapéu...

A cartomante tinha já guardado a nota na algibeira, e descia com ele, falando, com um leve sotaque. Camilo despediu-se dela embaixo, e desceu a escada que levava à rua, enquanto a cartomante alegre com a paga, tornava acima, cantarolando uma barcarola. Camilo achou o tílburi esperando; a rua estava livre. Entrou e seguiu a trote largo.

Tudo lhe parecia agora melhor, as outras cousas traziam outro aspecto, o céu estava límpido e as caras joviais. Chegou a rir dos seus receios, que chamou pueris; recordou os termos da carta de Vilela e reconheceu que eram íntimos e familiares. Onde é que ele lhe descobrira a ameaça? Advertiu também que eram urgentes, e que fizera mal em demorar-se tanto; podia ser algum negócio grave e gravíssimo.

— Vamos, vamos depressa, repetia ele ao cocheiro.

E consigo, para explicar a demora ao amigo, engenhou qualquer cousa; parece que formou também o plano de aproveitar o incidente para tornar à antiga assiduidade... De volta com os planos, reboavam-lhe na alma as palavras da cartomante. Em verdade, ela adivinhara o objeto da consulta, o estado dele, a existência de um terceiro; por que não adivinharia o resto? O presente que se ignora vale o futuro. Era assim, lentas e contínuas, que as velhas crenças do rapaz iam tornando ao de cima, e o mistério empolgava-o com as unhas de ferro. Às vezes queria rir, e ria de si mesmo, algo vexado; mas a mulher, as cartas, as palavras secas e afirmativas, a exortação: — Vá, vá, ragazzo innamorato; e no fim, ao longe, a barcarola da despedida, lenta e graciosa, tais eram os elementos recentes, que formavam, com os antigos, uma fé nova e vivaz.

A verdade é que o coração ia alegre e impaciente, pensando nas horas felizes de outrora e nas que haviam de vir. Ao passar pela Glória, Camilo olhou para o mar, estendeu os olhos para fora, até onde a água e o céu dão um abraço infinito, e teve assim uma sensação do futuro, longo, longo, interminável.

Daí a pouco chegou à casa de Vilela. Apeou-se, empurrou a porta de ferro do jardim e entrou. A casa estava silenciosa. Subiu os seis degraus de pedra, e mal teve tempo de bater, a porta abriu-se, e apareceu-lhe Vilela.

— Desculpa, não pude vir mais cedo; que há?

Vilela não lhe respondeu; tinha as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror: — ao fundo sobre o canapé, estava Rita morta e ensangüentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Querubim.

Eu te amo muito, e sem antes falar isso posso te imaginar aqui comigo. Teus olhos a fitar-me com ar de mistério. Toda vez que eu vejo você nos meus sonhos, falo com você, penso no que eu deveria fazer pra ficares comigo. Pare por favor! Está tudo errado, deixa o destino nos guiar, sorria, eu estou aqui, não quero te ver assim sem mim. Minha melhor roupa é você, meu melhor sorriso é o teu, meu melhor abraço é teu. Eu logo vou te buscar, e vou entregar meu coração em tuas mãos, não importa o que vier, nem o que acontecer, mas eu tenho medo. Fugaz, mas tenho medo de te perder, de você deixar-me, esquecer-me… esquecer da minha voz, de querer o meu abraço. Por que, amar.. amar é, estar quando o outro não estiver. E creio que a distância não irá, nossas vidas separar, pois você sempre estará em mim, mesmo que me troques por outro amor, mesmo que eu seja escanteio, e uma segunda opção. Eu te amo, e isso além de não dar para esconder, é maior que eu e toma todo o meu corpo. Por favor! eu te peço e ajoelho se preciso for, não vás embora fique aqui, comigo! eu prometo guardar-te até o amanhecer e juro, que te amo tanto que doaria o sangue que corre em minhas veias para poder deixar pro mundo teu sorriso pra iluminar muitas vidas…

domingo, 30 de outubro de 2011

eu te amo!!

Da um frio na barriga por pensar que você está tão mais perto de mim a cada segundo. Eu vou poder te abraçar te ver, tocar, sentir e beijar. Eu amo você, como o vento ama a brisa o céu ama o mar e as estrelas amam a lua.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Final feliz.

Tente sobrepor suas mãos nas minhas nos pensamentos que temos ao anoitecer. Veja que se eu não falar pra ti o tempo inteiro que amo e preciso, eu sufoco e não consigo respirar. Acredite, um final feliz pode acontecer, e ele só pode ser se nós quisermos. Me abrace, sem medo encoste tua mão na minha.. deixa o tempo passar, se arrastar, estaremos perto meu amor! Se pudesse devoraria-te sem mesmo decifrar-te. Meu pensamento está e se move em você, quando surrupio no pensamento teu olhar, mesmo com esmero, tristeza, eu o moldo coloco no peito, para que eu lembre de você com tão belos olhos e tão bela face. Espero com a força do pensamento, que uma luz possa irradiar e nascer muito mais bonito _como se brotasse um novo elo_ esse amor que as vezes se esvai pelas estradas e caminho sujos. Aonde quer que eu vá, levo você no olhar, na mente no coração tatuado no meu corpo.

Nosso amor a gente inventa...


Nosso amor, é como o vento que passa dentre os meus cabelos, e a brisa que passa nos meus olhos fechados só para sentir-te. Teu cheiro parece que vem em minhas narinas quando tudo está ruim, fraco, opaco e totalmente sem vida, fazendo com que eu no ápice da loucura consiga até mesmo sentir e entender o eu  ”não estou aqui”. Eu te amo tanto! e me machuco até por amar tato assim, não diga nunca que me deixará. Sou dependente assim como precisamos de Oxigênio para respirar, de você e de teus artifícios para me encantar, por favor! prometa que vai ficar,que vai me amar me abraçar, me beijar!
Esqueci minha vida na sua quando ‘digitei’ oi pra ti. Você me faz tão bem, você me faz tão bem!

Te amo

Me pergunto ás vezes porque te amo tanto assim, e logo tua voz ecoa no peito e teus olhos na mente, daí redescubro o por que de ser tão dependente de você: você. Te amo, por favor não se vá, não deixe minhas mãos, não suma na neblina, não voe, não se esvaia de dentro da minha vida, meu pequeno pedaço do céu! Preciso de você para ver as estrelas e sobrevoar os campos floridos da aurora de minh’alma.

Isso não é fingimento poético.

Escorre sangue. Talvez por isso ser tão errôneo não consigo parar. Marca-me totalmente. O mundo é desumano e cruel, chegar a essa situação é algo que traduz a minha dor. Garrafas, copos, plásticos, papéis, rascunhos e dor. Muita dor. Dor que não acaba mais, há suplicas também. é saudade, é cansaço é embriaguez. A pressão cai, e o coração doí, nada, não há nada que me faça parar. Quero sentir algo, quero sentir algo além de dor e da ferocidade do mundo nas minhas costas. Passo por becos, logradouros, ruas vazias e sem vida, assim como eu.A chuva cai o vento sopra e o sangue escorre. “Não foi nada, está tudo bem, tudo vai passar, desculpa” não adianta mais, são frases que há uma “salvação” remota. Estou pálida, úmida, opaca e com frio. Cansei de humilhar-me e mendigar atenção, cansei de guardar o feroz tigre que há em minhas veias. Nada é capaz de tirar de mim essa dor, esse buraco pelo qual sai a minha tristeza. Nada faz sentido, estou adormecendo, estou sumindo daqui, para que o sangue novamente escorra e eu possa ao menos sentir algo de novo.

Fique.

Por que eu preciso tanto assim de você? depois que você veio, nada ficou no lugar.  É algo tão avassalador que me faz delirar de saudade. Procuro em cantos, em becos escuros por você e nada encontro nem mesmo aquele teu sorriso que é o mais lindo do mundo! Preciso de você, eu preciso de estar com você. Meu amor, meu único e grande amor. Fica comigo aqui até que minhas lágrimas parem de cair? eu só preciso de um abraço teu.

Fim do poço.

Aqui é escuro, frio e úmido. Não tem comida e a vida é uma mentira, eu cansei do mundo e parei aqui. As pessoas o tempo, a agonia, nada nem mesmo o misero papel que embrulha  o pão está comigo agora. Estou completamente só. Não ouço murmuros nem sorrisos, não ouço vozes, não tenho afago, não tenho saída, tudo sugere que eu passe dessa pra melhor.  Aqui no fim, é melhor que as estrelas, melhor que a lua e o sol brilhante. Não tenho ninguém tudo se esvaiu daqui, tudo. Até pessoas que diziam nunca ir embora. Estou pasma e cansada com a facilidade de me “mandarem” pro fim do poço. Elas sabem quem são e sabem o que fizeram, não adianta mais eu não vou estar aqui, eu não vou estar com você, eu não vou estar com ninguém, por que agora, tudo que eu queria era, estar no fim do poço aonde estou, com minha misera vida, e com o misero pó que eu chamo de alma. Vou sumir. Findar-me. Nem mesmo a última pessoa que eu pudera conhecer saberá do meu destino, pois agora eu vou indo, para  fim do poço outra vez, dele lá jamais sairei. Ou existirei novamente. Os mortos não falam.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Meu amor fique aqui!

Como eu te amo! como eu amo cada partícula do seu ser, cada fio de cabelo, cada parte do teu corpo. Cada roupa sua, cada perfume que você exala, cada partícula cada átomo que se transforma em você. Eu gosto de tudo que se parece com você, desde o céu iluminado a doçura da tua voz, eu gosto de pensar em você, de amar você, por mais que doa, e doí mesmo e doí pior que machucado. Eu preciso de amar você entende? eu preciso acreditar em alguma coisa, eu preciso crescer eu preciso respirar, eu preciso de alguma motivação. Mesmo que você não me queira tanto assim, mesmo que você não tenha estado comigo algum momento, não em deixe nunca. Gosto de dormir pensando em você, sonhar com você, e estar com você ao menos nos sonhos. Não sei por que isso toma conta de mim tão inteiramente. Eu te amo, eu preciso de você, assim como eu preciso respirar. Eu preciso, somente preciso de sentir você aqui comigo. Abraçando-me, segurando-me, e estando comigo pra sempre.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lê aqui.

Olá meu amor, eu sei que você está aqui, e lendo estas más traçadas linhas. Saiba que eu te amo muito, mas não consigo continuar amando-te tanto assim; Tu me faz bem, suas doces palavras tua voz na minha mente, você de “porto seguro” mas.. creio que por questão de sobrevivência, de afeto por meus cabelos, por querer-te bem, e mais aidna querer ME ver bem, terei que ir, terei que ir não por te amar menos que ontem, ou te amar menos hoje, terei que ir pra que você dance. Sim dance pela vida de outra pessoa, ecoe no coração de outro alguém… Que você possa amar plenamente sem pensar no ‘eu’ que está aqui, sozinho e precisando de outrem. Que você possa se esvair assim como eu me esvaio agora, que você continue feliz, e me perdoando por ter entrado na tua vida, por ter lhe dito um olá, por ter pedido teu telefone, e pelas horas de conversa nas madrugadas frias. Desculpe pensar que um dia poderíamos ficar um dia inteiro, planejando em como seria daqui há alguns anos, estar ainda junto de você, por pensar.. que mesmo ‘distante’ poderíamos estar perto. Eu te amo muito, eu te amo tanto que jamais nenhuma palavra ou explicação haverá. Mas como disse estou sufocando-te e sufocando-me.. e preciso ‘ir’ para que você e eu tenhamos uma intensa vida, feliz para sempre.
Ps.: Que teus olhos, os mais belos olhos que já vi, nunca parem de brilhar, por que o brilho deles entorpece as pessoas, e faz querer viver.

domingo, 25 de setembro de 2011

Quê?

Eu lembro da primeira conversa.
Da primeira vez em que
você piscou para mim
Da primeira vez que li algo teu
De quando li você
De quando sonhei com você
Me lembro da sua voz,
e de quando fico imaginando
você
aqui
no meu abraço.

Eu te amo.


Eu te amo tanto! que não cabe no meu coração todo esse amor, mesmo que seja só entre nós preciso esvai-lo de alguma forma. Você é tão doce, sua voz, seus olhos. Esses pelos quais me apaixonei desde sempre, meu grande amor. Não importa pelo que terei que passar, não importa por onde eu terei que andar,  meu amor bastará. Estou aqui pra te proteger, pra te fazer sorrir quando somente pensar em lágrimas, estou aqui, não só por estar mas sim para estar com você. Mesmo que eu somente possa escrever, e você ainda só possa ler, nunca vá embora. Por que preciso de ti. Mesmo que eu daqui somente possa pensar em como deve ser a sua respiração, eu preciso de ti, por que eu preciso de mim, que já está em você a muito tempo. E por fim, já me esvaindo daqui, digo que te amo, enquanto durar.

Por que eu sei que é amor...

Eu sei que será. Eu sei que você vai estar aqui. Eu sei, que você estará.. como sempre esteve. Mesmo que você mude, mesmo que você voe, mesmo que você caia.. você sempre voltará, por que aqui, aqui é o teu lugar do meu lado. Mesmo que você nunca tenha estado quero ter-te até o fim. Não me esquece, promete? promete que vai estar, que vai amar que vai ser intensa, que ai deixar eu beijar teus olhos, que vamos nos esquentar? promete que vai me deixar estar e nunca sair? Eu te amo! eu te amo e eu nem sabia que amar era assim.. meio louco, meio possesso, amor de mais, precisão demais.. queria você.. demais. E então depois desse dia, eu te amo mais. eu te amo muito mais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Te amarei de janeiro a janeiro

Tudo aconteceu de novo. Teus olhos viraram um porto no meio da escuridão.. Eu estava deixando o cais, quando você, gritou da velha torre: fique! e eu exitei. Fiquei com medo e temia que você me deixasse novamente ao léu. Mas não, por deveras vezes você gritou, e eu mesmo com a vela 'indo' com o vento voltei, desembarquei enquanto você com teus braços me pegou no colo, me beijou, e secou minhas lágrimas com suas mãos tão macias, que ao encontrar as minhas me fazem sorrir. Outra vez eu voltei e não partirei, a não ser que você se despeça de mim outra vez, e me deixe no cais, mesmo que ainda seja Março, eu ainda te amarei meu bem, te amarei de Janeiro a janeiro.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Horas delongas.

Conversamos por horas delongas. Nada passou da reafirmação do amor, mas será esse amor o bastante para fazer-me superar tudo? não. O amor que eu sinto nada mais é do que algo para esquecer as minhas varias faces. Cansei de tudo meus caros, cansei de ler a mesma coisa, de ouvir as mesmas desculpas, de ouvir a mesma “ladainha” que muitos aqui estão a falar. São coisas tão triviais quanto a pessoa que vos escreve, um dia sorrisos iram ser proibidos pois as pessoas estão se afundando num abismo de ilusões. Usando de um pouco de silogismo, podemos ver.. o que mais tem acontecido? Pessoas afundando-se na dor. Embora não julguemos nunca a dor do outro algo banal. O que doí pra mim, para você pode nem fazer cocegas. Recolher-me-ei a essa insignificância que sou, afinal.. como todos dizem, eu sou um nada.

domingo, 4 de setembro de 2011

Detestável a meia noite e vinte e sete.

Não me peça pra voltar a ser assim, feliz. Jamais serei assim novamente, as lágrimas são reflexo da minha alma podre e triste. Não tenho esperanças, não tenho vida muito menos alma. Estou triste estagnada, sem vontade de mudar, descrente de viver totalmente. Não tenho planos não tenho nada a mais que silêncio, ele que ronda minhas veias, e não faz sentido algum que eu volte ser o "assim". Você faz questão de ser além? eu não. Não me peça pra voltar, e se despeça com um olhar, e não voltar.. Faço falta a mim, minha alma perambula dentre becos e ruas vazias.. as mesmas ruas vazias que me perdi. Inore-me, é tudo que eu mais preciso pra entrar de  vez nessa cova funda, ou nesse abismo a minha frente, pretendo que seja rápido então por favor, me destrua totalmente, me fure me corte, me estraçalhe.. é tudo que eu precisava de uma vez por todas para sumir.

Olha um limão, olha o limoeiro.


Caí a folha da limoeira, e roda no vento até cair no chão. Ele chegou. Depois de ter passado o verão, o outono veio para levar as folhas mortas e renovar as próximas. Dizem, que quando você pega a primeira folha de uma árvore no outono, terás sorte para sempre. Não sei se acredito em alguma coisa nessa vida. Já fora surrada por ela como uma corrente arrastar pelo chão. Mas eu queria pegar a primeira folha da limoeira verde clara que está no meu quintal, tão vazio quanto minh’alma que está fria como o inverno que também está por vir. Meus dons se vão com o vento e as sapatilhas rodopiando sob o chão de madeira que já está surrado de tanto descontar a vida nas sapatilhas. Vou parando por aqui, as folhas são muitas as lágrimas também, o outono está indo embora, e eu também tenho que ir.

Luz dos olhos meus..


Eu amo os olhos, amo os cabelos e o sorriso. Amo o jeito de falar amo quando tira os cabelos dos olhos, esses olhos pelos quais me apaixonei, sem ao menos poder vê-los na minha frente. Desculpa por te amar tanto assim esse amor é insolúvel, meu amor  não dilui como sal na água ele é tanto que transborda meu coração. Não consigo esquecer-te, mesmo entendendo que você não me ama e está tão feliz longe de mim. Não consigo entender, que a pessoa que detém minha vida nas mãos possa estar amassando-a como uma folha de papel, e fazendo com que eu desista do amor assim, ele o amor puro que sinto e que a qualquer momento posso sentir.. desculpe eu amo teus olhos, eu queria somente senti-los de longe. Precisava de sentir você, beijar você, amar você.
“Eu te amo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te
Quero também”
Luz dos olhos ( Cássia Eller )

Com amor

Não sei quando se tornou amor.  Só sei que quando senti estava tomada por aquele amor, estava tomada pelo desejo dos teus olhos, a vontade de ter seu olhar fixo e parado, desconsertado. Ter seus cabelos bagunçados de manhã, vestindo camisas largas. Queria o entrelaçar de mãos em meus cabelos, queria o calor, o contato e a alegria de estar com alguém. Eu não queria isso no instante em que estávamos perto, e sim o tempo todo! Cada segundo do meu dia, cada palavra, cada ação que eu fizesse te queria por perto. A cada fração de segundo! É uma vontade inesgotável, uma vontade que transborda o limite do tempo, do senso e de todas as barreiras existentes. Mas eu sei que é amor, mas agora está machucando e começando a arder as feridas que tu deixou em mim. Não dá.. por mais que eu te ame tão incondicionalmente a ponto de deixar pra traz o que vivi, não quero sofrer tão calada assim, doí e não é pouco. Enfim, isso é o fim, acabou, acabará, as feridas vão parar de doer você irá pegar o que deixou dentro de mim, pegara suas lembranças, e eu secarei a ultima lágrima, ouvirei pela última nossa música, e assim, viverei em paz, mesmo sabendo que eu te amo.. e que essa a ferida maior, nunca vai parar de doer.

Flor de Liz.

Foi olhando aquela caixinha que um dia construímos juntas, sabe naquela tarde de verão com nossas vidas começando um entrelaçado, que duraria até hoje. Você alma gêmea minha, luz que me reluz, e me emana paz, tão bela aponto de transcender-me a uma espécime de oásis, cujo nada me falta nunca, nem sorrisos nem colo, nem lágrimas. Tu és vida, tu és colossal! é paz, alegria, harmonia. Ainda bem que eu sigo hoje, com as lembranças daquela caixinha que colocamos dentro de nossos corações pra que nada, ninguém, substitua-nos. Eu te amo minha epifania, minha menina, minha melhor amiga! Velarei você até o fim da tua vida, te trazendo os bons frutos e amaciando tua alma. Eu te amo, e te protegerei até o fim de minhas forças. É tudo, é nada, sou e e você irmã!

Preferia ser a sua..

Imagino teus olhos como as estrelas que caem no céu. A cada brilho a cada novo brilho, enrubesço completamente. Teu sorriso me faz querer tê-lo para sempre ao meu lado; Queria, que ao menos numa fração de segundos você pensasse em mim, nem que fosse só pra recordar o nosso “primeiro” olá. Pois você nunca saiu de meus pensamentos e sonhos. Tudo parece uma eterna utopia, você podia agora adentrar a porta e dizer que quer me amar para a eternidade! Você como ninguém me fez descobrir um amor um lugar seguro  para estar, ficar e morar. Mas tudo agora não passa de um silêncio. Eu sei. Jamais fui sua favorita. Talvez pelo meu esteriótipo, ou o meu jeito de lidar com tudo. Queria ter feito você se apaixonar por mim, assim como eu me apaixono e amo cada dia mais. Eu queria somente sentir teu abraço, sendo ele até um abraço ‘amigo’ as seis da tarde quando você sai de casa, o orvalho da manhã, as rosas tão puras me lembram tua voz. Diz-me ou recolher-me-ei dessa vida pregressa que eu me resumi depois que você se foi, diz pra mim que você estará comigo, naquele jardim da lado do pomar, olhando em meus olhos mesmo oblíquos deveras distantes, e não obstantes dissimulados, [ saindo tua doce voz dos teus lábios vermelhos ] que me ama e quer estar comigo para sempre.

domingo, 10 de julho de 2011

Andar de ônibus é ver a ação das pessoas em seu cotidiano. Aos domingos é bem mais visível como as pessoas se movem, outro dia dentro de um ônibus,  vi com o elas agem, a principio era um domingo, e nos domingos quando chega a noite você só vê pessoas indo para a igreja, voltando de um serviço, ou de um longo passeio familiar.  É sempre assim, a senhora olha para a jovem com o som alto sentada no banco preferencial, a jovem com preguiça de doar o lugar olha pra o lado e finge atender o telefone. O senhor prega a palavra de Deus dizendo que ele é o único salvador, a senhora o ouve mas com a mente no que irá fazer de almoço amanhã. A ação humana é trágica, previsível, banal. As suas filosofias, são sempre ensaiadas na frente do espelho quando ninguém os vê. Ações, beijos, comidas.. é tudo calculado e ensaiado, como numa coreografia de dança.

Sistemas.

Cá estou, com essas pernas angustiadas com esses braços amolecidos. Por que será que uma gripe 'derruba' tanto assim uma pessoa?! Não sei, só sei que estou só. Ficar assim não é ruim, sinto-me plena com a vida a flor da pele, não preciso que a adrenalina tome conta de meu corpo, o marasmo, a preguiça me fazem sentir o que a adrenalina me faz, e antes de tudo não arrisco-me com perigos mundanos que podem foder com meu sistema operacional..digo meu sistema nervoso.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Translucida ..

Estou cansada de ficar parada no tempo. O vento antes era maleável.. agora? passa por minha narinas sufocando-me sempre. Estou cansada da velha roda, aquela que gira, gira e paira sobre o mesmo lugar, sobre o mesmo ponto em que partiu. Nada muda, a felicidade é só uma volta que a ‘roda’ dá, e você daqui um pouco vai pairar sob a tristeza. Estou cansada de ser o inferno alheio, quero ser meu próprio mundo aonde eu não precise de ninguém.

Pré estabelecido.

E daí, tu cria expectativas que nunca vão acontecer, cria personagens, cria.. apenas cria. Não age estagna na cadeira de computador, achando que tudo cairá do céu, guria cresça veja que o que há pela frente só tu podes buscar. Não ache que o amor vale uma vida, a vida vale o amor. Tu não pode ficar presa a um sentimento quando há muitas outras sensações pra se buscar e sentir. Essa estagnação, esse nojo de si, não te faz ir há nenhum lugar. É tudo uma patifaria danada, tu teu ego inflado outrora tão vazio quanto teu coração. Se contenta em ver estórias, ouvir contos e ler livros, absorve tudo deles, mas não pega a ”essência” e a transforma pra tua vida, você apenas cria .. cria hipóteses..cria visões, diálogos, ações, cria a si, não personifica nada, você é uma invenção como uma cocha de retalhos, cheia de personalidades alheias e ‘detritos’ de uma personalidade infantil. é o que tu és, algo misturado e igual, não é nada na verdade é só uma mistura de mentiras.. é essa é você que nada mas faz a não ser fingir, esperar e enganar a si que algo um dia irá mudar, com tu sentada e esperando.. esperando.. espe….

quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Olhos de cigana oblíqua e dissimulada."

"(...) 


- Você jura?

- Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada."
Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.

Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram.
Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova.
Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca.

Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve.
A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno.
Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe,- para dizer alguma cousa,- que era capaz de os pentear, se quisesse.

- Você?

- Eu mesmo.

- Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.

- Se embaraçar, você desembaraça depois.

- Vamos ver.

(...)"

"Dom Casmurro" - Machado de Assis 

domingo, 26 de junho de 2011

Ele me amou desde quando eu estava na barriga de minha mãe. Mesmo, não acreditando ser meu pai. Ele me amou, ele pegou-me no colo olhou em meus olhinhos miúdos, e apresentou-me ao mundo como Caroline. Deu o nome, por que o achava lindo! Dizia ser nome de princesa, assim como eu era pra ele. Meus olhos cinzas se tornaram azuis.. e depois de algum tempo verdes.. mas acabaram ficando da cor do mel de uma abelha. Ele me amou, mesmo quando eu fazia xixi na roupa por ter alergia a fraldas plásticas.. ele me amou com cólicas e um choro chato no meio da noite, ele me amou mesmo com toda aquela dor na barriga, e com toda a minha fragilidade. Andava comigo pelas ruas para fazer-me adormecer, dava-me banho enquanto mamãe trabalhava. Ele me ensinou a andar, segurou minhas mãos para que eu não caísse, penteava meus longos cabelos loiros quando já tinha meus nove anos, cuidava de mim como se fosse dele mesmo. Levava-me pra passear em parques para que eu convivesse com a natureza, que já havia sido destruída pelos homens. Quando virei ‘moça’ ele me deu rosas vermelhas e me chamou desde então de mulher, me levava em festas e fazia minhas vontades adolescentes. Ele foi o PAI. Ele velou-me durante noites doentes, cuidou de minhas notas, e obrigava-me a tirar notas boas, ele brigava por eu não usar vestidos durante a missa aos domingos.. Tudo isso até que .. O senhor de seus 50 anos, não voltou mais pra casa, ficou lá mesmo na onde em que todo dia de finados íamos por flores pra vovó e para meu padrinho. Ficou lá guardado aos céus, ficou com todo aquele seu sorriso maroto, tua voz imponente e seus passos que eu sobia quando criança e andar.. E eu?! Fiquei no mesmo lugar que me deixaste, eu morri naquele dia, eu nunca mais consegui ser a filha que o senhor tivera moldado para o mundo. Decepciono-te a cada coisa ruim que eu faço. Não consigo ter a mesma ‘cor de antes’ por que naquele dia 26.. eu feneci.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Estou assustada com tanta tristeza e desanimo de viver. Minha mãe me odeia só pode para nem se importar comigo assim, sem ao menos me desejar um bom dia como meu pai fazia. Penso que ela poderia ter me abortado, ou me dado ra alguém cuidar, talvez assim, nem eu nem ela teríamos tantas magoas. Eu quero fugir daqui, do mundo, de toda essa tempestade.

terça-feira, 21 de junho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Estou triste, não aguento mais. Sentir nada, sentir fracasso, sentir tudo. É o mesmo sentimento sempre: IMPOTÊNCIA, uma não vontade de viver de correr e morrer na próxima esquina. Nenhuma palavra ajuda, nenhuma palavra conforta, você só quer... morrer. As palavras que antes eram sutis, agora não fazem efeito, é a mesma mesmice e procrastinação de sempre. O frio me ronda entra em minhas narinas, escorre por meus olhos e me faz enrubescer de tristeza, da vontade de ficar estagnada com todas as minhas náuseas, minhas dores mentirosas, minhas doenças enganadoras, e minha velha vontade de sangrar até morrer. É estranho querer que algo assim aconteça, mas é o que eu sinto a força já não existe a mesma menina de antes não existe. Deu vazão a alguém podre, imundo, sem vida, com pensamentos hipócritas, burra e estagnada no tempo. Com saudades ah saudades, que em fazem sentir vontade de chorar o tempo todo, culpo meu pai por todos meus problemas, mas ele nem ao menos aqui está pra ser culpado de algo, eu só o queria de volta nem que seja pra que eu reclamasse da vida, ou que ele brigasse comigo, eu só o queria aqui, ao menos eu não estaria sozinha no quarto muda, me culpado por dores que eu nem mesmo consigo estacar.

sábado, 11 de junho de 2011

Você ...

__ Oi, tudo bem?
__ Tudo...
__ Qual teu nome?
__ Caroline...
__ Te achei legal...
__ Eu também lhe achei, passa teu msn?
__ Sim, claro.

Foi assim, virtualmente..conheci você. Apaixonei-me por você como nunca tivera me apaixonado por alguém. Fiz planos, desejei mais que tudo estar ao teu lado. Acordar de manhã e ver você, não deixar você escapar nunca. Mas a distância veio, assombrou-me levou-me de você, na verdade levou-me você. Fiquei angustiada, com tanto amor dentro de mim e esvaindo-se. Não era meu nome que estava no teu coração, não era a minha voz, e meu sorriso que estava na tua mente. Magoei-me, como todas as vezes que ousei amar. Frustrei-me, por essa distância em comum tenha me separado de ti. Logo eu que trocaria todos os amores que tive por apenas olhar nos teus lindos olhos, que me fez sorrir muitas vezes, mas ainda me fez derramar algumas lágrimas. Eu deixaria tudo para poder estar com você, mas a distância.. ah a distância que veio quebrou laços que podem ter sido feitos virtualmente, mas que a cada dia entrava no meu coração, e fazia com que eu me sentisse plena, preenchida de amor, eu detinha a atenção de alguém... Você me fez bem. Faz-me ainda, até me fazer sentir segunda opção, ou até mesmo me fazer sentir a pior pessoa do mundo, por não poder suprir a falta que tu tem de alguém.  Enfim, quando te dei ‘oi’ naquela tarde não saberia que um dia iria te amar tanto assim, que tu ia tomar conta de todo o meu coração.. Fazendo inclusive que eu esquecesse todos os meus problemas mundanos. Mas o que dói é que não mandamos no nosso coração, e também não podemos mandar no coração de alguém.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A velha senta no banco. A mulher roda a catraca e salta suas deveras sacolas. As crianças e jovens ao voltar da escola com suas mochilas e gritos passam pela catraca. Há aqueles que ficam na frente esperando para passar pela..catraca. Uns cochicham sobre o trabalho que anda um fardo, outros sobre o  que iram fazer no final de semana. Uns ouvem música com fone de ouvido, outros chegam com auto-falantes ligados assustando quem não gosta da música. Vozes baixas, vozes altas vozes..murmuros. A criança que chora com fome e com frio, a mãe que olha para ela e a manda calar. São pessoas sorrido alto ou gritando para disfarçar a dor que talvez sintam. São olhos amargurados, sorrisos falsos e felicidade com 'sacolas'. São sacolas de loja, de supermercado, de peças automobilísticas, não importa, são muitas sacolas. A mulher mais rechonchuda que não passa na catraca, teu rosto se estremesse em fúria e tristeza. São pessoas, animais bichos pensantes, bichos hipócritas bichos humanos..bichos que sentem que falam e que grunhem. São pessoas andando de transporte coletivo, são pessoas vivendo suas vidas.